A paralisia de Bell é uma paralisia facial que aparece de maneira repentina que, em geral, afeta parcialmente ou totalmente um lado do rosto.
Homens e mulheres de qualquer idade podem sofrer desse tipo de paralisia, no entanto, segundo as estatísticas, as pessoas de 20 a 40 anos têm um risco mais alto.
Se você foi diagnosticado com paralisia de Bell ou conhece alguém, reunimos aqui as principais dúvidas, como sintomas, causas, tratamento…

O que é Paralisia de Bell?
Dentre as paralisias faciais periféricas, ou seja, que afetam apenas uma parte do rosto, a paralisia de Bell é a mais frequente.
É uma fraqueza ou paralisia repentina dos músculos de um lado da face devido a um problema no sétimo par dos nervos cranianos (nervo facial).
Esse nervo incha e fica comprimido dentro de um estreito canal ósseo localizado atrás da orelha.
Saiba que esse nervo controla os músculos da face, estimula a glândula salivar e as glândulas lacrimais, permite à língua detectar os sabores e controla um músculo auditivo.
Ela pode afetar os dois lados da face, mas é bem mais raro.
Felizmente, é benigna e mesmo se sua evolução possa ser variável, ela normalmente não provoca sequelas.
Quais os sintomas?
Na maioria das vezes, a paralisia de Bell aparece brutalmente, de um dia para o outro, e sem nenhum sinal prévio.
O principal sintoma consiste em uma fraqueza e uma paralisia de um lado do rosto, e a pessoa pode não conseguir fazer os movimentos habituais da face.
Além disso, em alguns casos, um olho torna-se impossível de abrir. Outros sintomas possíveis incluem:
- Mudança no paladar;
- Um canto da boca que cai;
- Uma dor no rosto ou dentro ou atrás da orelha;
- Ausência de lacrimejamento em um olho;
- Sensibilidade ao barulho do lado afetado.
É importante não confundir com os sintomas de um AVC. Você pode ter uma certa dificuldade para falar, mas a causa é muscular.
No caso do AVC, há uma dificuldade em encontrar as palavras para expressar seu pensamento.
Conheça as causas da Paralisia de Bell
Ainda não se sabe a causa exata da paralisia de Bell, mas a maioria dos pesquisadores acreditam que a explicação mais provável é uma infecção viral, geralmente pelo vírus herpes simplex.
Mas o quadro também pode estar correlacionado com uma infecção bacteriana, como a doença de Lyme.
Saiba que algumas pessoas têm um maior risco, principalmente na presença de alguns dos seguintes problemas:
- Uma gripe ou problema nas vias respiratórias superiores;
- Predisposição genética;
- Diabetes;
- Gravidez (principalmente durante o terceiro trimestre e na primeira semana após o parto).
Fatores como estresse, baixa imunidade, fadiga extrema, mudanças bruscas de temperatura e uma otite média, também podem contribuir para o aparecimento da doença.
Como diagnosticar?
A paralisia de Bell é diagnosticada com base na avaliação clínica e neurológica do paciente.
Se necessário, o médico pode solicitar uma eletroneuromiografia, para avaliar a gravidade das lesões do sistema nervoso periférico assim como a atividade elétrica dos nervos, assim como uma ressonância magnética.
Para indicar o tratamento mais adequado, é essencial realizar o diagnóstico entre paralisia facial central e a paralisia periférica.
No primeiro caso, é um tipo de paralisia que pode ter origem em um acidente vascular cerebral, diabetes, Aids, por exemplo, no entanto, a perda dos movimentos atinge apenas o terço inferior de um lado da face.
A pessoa consegue erguer a sobrancelha, franzir a testa, abrir e fechar os olhos, mas como a boca entorta, ela tem dificuldade na mastigação e articulação das palavras.
Outros sintomas que permitem diferenciar da paralisia de Bell são: déficit motor nas pernas e braços.
Já a paralisia de Bell, há o comprometimento de todos os movimentos mímicos de metade da face, porém, não afeta outras regiões do corpo.
Como é feito o tratamento?
O tratamento da paralisia facial periférica inclui o uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia.
Como cada paciente pode apresentar sintomas diferentes, a abordagem terapêutica vai depender do tipo e extensão do dano sofrido pelo nervo facial e das condições clínicas do paciente.
Geralmente, são prescritos anti-inflamatórios para diminuir o inchaço do nervo da face e ajudar a recuperar a inervação dos tecidos.
Os olhos merecem uma atenção especial, pois é comum o paciente apresentar dificuldade para fechar os olhos, além de uma redução na produção de lágrimas. Nesse caso, colírios lubrificantes e pomadas oftalmológicas são indicados.
Quanto tempo demora a recuperação?
A paralisia de Bell apresenta um ótimo prognóstico, inclusive alguns pacientes se recuperam mesmo sem tratamento.
Por outro lado, com o tratamento, a recuperação é mais rápida, mas a recomendação é começar assim que surgirem os sintomas, caso contrário, há um maior risco de sequelas, até mesmo irreversíveis.
Por que a fisioterapia é importante para tratar a paralisia de Bell?
As sessões de fisioterapia são muito indicadas para tratar a paralisia de Bell, pois ajudam a tonificar os músculos do rosto.
Os exercícios são importantes para estimular a musculatura da mímica facial, da mastigação e da fala, assim como prevenir contraturas e atrofia das fibras musculares.
O mais importante é manter sessões regulares de fisioterapia para promover uma recuperação mais rápida.
Vale lembrar também que a fisioterapia é essencial para a recuperação dos movimentos faciais, e sem tratamento, pode causar transtornos funcionais e estéticos, afetando a qualidade de vida da pessoa.
Então, seja você que apresenta uma paralisia de Bell ou conhece alguém, comece o quanto antes suas sessões de fisioterapia!